Aqui fala-se de Ciências - conteúdos, atividades experimentais, atividades realizadas na escola e a utilidade da ciência no dia-a-dia
domingo, 31 de maio de 2020
Os Líquenes - Um "Casamento" Perfeito
Algumas pessoas pensam que os líquenes são plantas. Mas não são. Na realidade, são a associação de dois seres vivos muito diferentes - um fungo (geralmente maioritário no líquen) e uma alga ou cianobactéria. Estão juntos, porque beneficiam dessa união. A alga ou cianobactéria faz a fotossíntese e fornece nutrientes (açúcares) ao fungo; já o fungo dá proteção e mantém um ambiente húmido para a alga/cianobactéria poder elaborar os seus nutrientes. Fazem um par muito unido e que vive em ambientes pouco favoráveis a outros seres vivos - troncos de árvores e arbustos, muros, rochas, telhados, cercas de casas...
Muitos líquenes são utilizados como bioindicadores. Isto quer dizer que se há determinadas espécies de líquenes num ambiente significa que o grau de poluição é muito baixo. Ou o contrário - ausência de determinados líquenes faz prever que haja muita poluição naquela zona. Há mais de 15 000 espécies de líquenes, com aspeto folhoso, de crosta, de raminhos (vejam as fotos)...
Digam lá se os líquenes não têm um "casamento" perfeito?!!!
domingo, 24 de maio de 2020
Bicho-pau, Um Mestre da Camuflagem
Já ouviram falar do bicho-pau? É isso mesmo, um bicho que parece um pau. E é um mestre da camuflagem!
É um inseto com o corpo dividido em segmentos e com 3 pares de patas. O macho é diferente da fêmea, pelo que apresentam dimorfismo sexual - a fêmea é maior e tem antenas mais longas. Há quase 3 000 espécies espalhadas pelo mundo, incluindo Portugal. Aliás, a primeira vez que vi um destes bichos foi em casa dos meus pais, no centro do país. A segunda foi no jardim zoológico da Maia e a terceira foi na varanda da minha casa, no norte de Portugal!!! Não é um animal que se aviste facilmente. É muito provável que já tenham estado muito perto deles e nem deram por isso! Ficam parados, muito quietos e esticados (antena e patas junto ao corpo), fixos a um qualquer ramo, raminho, tronco, galho... da cor do mesmo, imperceptíveis.
Não sei com é que o bicho-pau foi ter à minha varanda (morava num prédio, no 3º andar), mas ele lá estava. E lá permaneceu todo o verão e início do outono. Era um desafio, todos os dias, ir à procura dele. Aonde se teria escondido? Nos ramos do bambu? Nos ramos da erva-doce? Nos galhos do abacateiro? Nos raminhos do tomilho?... Aonde está?!!!Às vezes, demorava mesmo muito tempo a descobri-lo. Mas era uma alegria quando finalmente o via, colado e esticado, da cor da planta que tinha escolhido nesse dia para estar.
São herbívoros e noturnos. Quando o via melhor era à noite, com uma lanterna dirigida às plantas, escrutinando, a ver qual das plantas tinha escolhido para jantar. Então, via-se bem! As patas longas, a cauda e as antenas, os olhos... Assim que percebia que tinha sido descoberto, começava a balouçar-se, imitando o balouçar dos ramos ao vento. Um mestre da camuflagem!!!! Ainda tive a alegria de seguir a sua descendência nos 3 anos seguintes, depois, deixei de ver bichos-pau. O meu mundo ficou mais pobre. Mas eles andam aí. Algures. É só procurar... com olhos de ver. Consegue vê-lo?... Vá buscar uma lupa e procure nas fotos abaixo...
sábado, 16 de maio de 2020
Planta Invasora - O Jacinto-aquático (Eichhornia crassipes)
Estamos no auge da primavera. Como já falámos anteriormente, muitas plantas renovam as suas folhas, florescem, dão frutos e reproduzem-se. Ficam lindas!
Umas delas é o Jacinto-aquático.
Como o nome diz, é uma planta aquática. Flutua em lagos, lagoas, rios e riachos com as suas folhas de um tom verde brilhante. Lá para junho começa a florir. Flores lilases, com a parte central raiada de roxo e amarelo. O Jacinto é uma planta muito bonita.
Pena que seja uma planta invasora! Mas o que é isso?
Uma planta invasora é uma planta que foi introduzida nos nossos ecossistemas e que se adaptou tão bem, mas tão bem, que em competição com as espécies nativas, vence! - ocupa o seu lugar, consome as suas fontes de energia (dióxido de carbono e água com sais minerais) e dificulta a vida de outras espécies de seres vivos. O Jacinto-aquático é uma planta que vive na água doce e que se reproduz sexuadamente, mas principalmente, reproduz-se de forma vegetativa - lança caules que criam raízes e folhas rapidamente e que se podem destacar da planta-mãe e ir colonizar outra zona do ecossistema aquático. Também se reproduz através das suas flores, dá frutos com sementes, que germinam facilmente, desde que haja muita humidade. Como cria prados verdes que tapam a entrada da luz na água, a oxigenação do ecossistema fica comprometida e muitas espécies aquáticas morrem ou desaparecem da zona infestada pela planta. No entanto, se for controlada a sua reprodução, algumas espécies animais lançam os seus ovos no interstício das suas raízes aquáticas e a planta torna-se um berçário. É preciso é controlá-la. E isso não é fácil.
O Jacinto é nativo da América do Sul, mas foi trazido para Portugal como planta ornamental, devido à sua beleza. Rapidamente se adaptou e infestou os ecossistemas aquáticos de água doce de norte a sul do país.
Um destes ecossistemas é a Pateira de Fermentelos. A maior lagoa natural de Portugal. Situa-se no centro do país, a sul de Aveiro e, na primavera, parece um campo verdejante devido ao manto flutuante de Jacintos (ver foto). Vale a pena ir até lá, num passeio de verão, após o desconfinamento provocado pela pandemia de Covid-19. Será bom fazer um piquenique nas margens desta bonita lagoa. E o Jacinto-aquático vai estar lá!
segunda-feira, 11 de maio de 2020
No Reino dos Fungos - As Leveduras
Continuamos no Reino dos Fungos, mas desta vez vamos falar de leveduras.
As leveduras são fungos microscópicos (microrganismos) unicelulares (cada indivíduo tem uma só célula), mas que se desenvolvem formando colónias (milhares de células que se tornam visíveis).
Há leveduras úteis e leveduras patogénicas (causam doenças).
Começamos pelas patogénicas - a mais conhecida é a Candida albicans. É uma levedura que vive habitualmente no nosso intestino grosso, mas que em determinadas condições, reproduz-se de forma agressiva e causa a doença Candidíase. Afeta principalmente a vagina, uretra e pode afetar também a boca e a garganta. Causa irritação, placas brancas grumosas (as colónias de Candida) e comichão. A doença instala-se quando há fatores de desequilíbrio no organismo, por exemplo, outra doença, consumo excessivo de açúcares e stress. Para combater esta doença é necessário repor o equilíbrio e há alguns medicamentos receitados pelo médico que ajudam.
Ficaram para o fim as leveduras boas. E é aqui que entra a fotografia que ilustra este texto. O que é que o pão tem a ver com leveduras? Para se fazer pão como o da imagem, é preciso juntar à farinha - água, sal e... leveduras. Elas atuam utilizando os açúcares presentes na farinha e durante o processo de fermentação produz-se dióxido de carbono, que faz com que a massa do pão aumente de volume. Quem já fez pão sabe que é preciso deixar a massa a levedar (nome que vem da levedura), para que cresça e fique fofo e arejado com a consistência que gostamos num pão.
A mesma levedura também é usada para o fabrico de cerveja, através da fermentação dos açúcares presentes nos grãos de cevada ou milho. Na fermentação produz-se álcool e dióxido de carbono (a cerveja é uma bebida alcoólica e gaseificada naturalmente).
E qual o nome desta fantástica levedura que nos ajuda a produzir alimentos? O nome é Saccharomyces cerevisiae. Nossa amiga, nossa aliada. As leveduras gostam de humidade alta, escuro, temperatura amena e açúcares.
Vamos fazer pão?
quinta-feira, 7 de maio de 2020
No Reino dos Fungos- Os Cogumelos
Já viram cogumelos na natureza? Há quem os confunda com plantas, porque costumam estar junto delas ou em cima delas (nos troncos de árvores), mas não são plantas. São seres vivos que pertencem ao reino dos Fungos e são maioritariamente, decompositores. Os decompositores ajudam a decompor a matéria orgânica em matéria mineral. Esta função é extremamente importante para o equilíbrio dos ecossistemas terrestres. Por exemplo, quando uma árvore morre, entram em ação cogumelos para decompor a lenhina e a celulose que existem nos ramos e tronco.
Algumas espécies de cogumelos são comestíveis e têm um excelente valor nutricional. São muito ricos em água, fibras, minerais e proteínas e pobres em gorduras. Devem fazer parte de uma alimentação variada e equilibrada.
Mas cuidado! Muitas espécies de cogumelos são tóxicas ou venenosas para o ser humano. A colheita de cogumelos selvagens para a alimentação só deve ser feita por pessoas muito conhecedoras das espécies comestíveis.
Mas a sua beleza encanta-nos no outono e na primavera, as estações do ano em que ficam reunidas as melhores condições para o seu crescimento - humidade abundante e temperatura amena.
Veja algumas fotografias de cogumelos na galeria abaixo.
terça-feira, 5 de maio de 2020
Plantas - Que Seres Espetaculares!
Estamos em plena Primavera. Nesta estação, muitas plantas reaparecem, como se tivessem renascido, outras parecem acordar do longo inverno e nelas crescem folhas, outras florescem como se quisessem presentear-nos com as suas lindas cores.
Mas estes feitos que nos alegram pela sua beleza, são apenas um dos motivos que fazem das plantas uns seres vivos mesmo espetaculares! É que elas conseguem produzir o seu próprio alimento!!! Nós, seres humanos, quem nos dera! Com poucos ingredientes, as plantas conseguem produzir no seu organismo, tudo o que precisam para sobreviver, crescer e reproduzir-se: água, sais minerais e dióxido de carbono são os ingredientes base. Depois, junta-se, dependendo da espécie de planta, uma dose quanto baste de luz solar. A partir daqui, as plantas nas suas cozinhas - as folhas - preparam um alimento à sua medida. Este fenómeno, nós apelidamos de Fotossíntese (foto = luz; síntese = fabrico).
E ainda nos servem de alimento.
Sâo, ou não são, espetaculares?!
domingo, 3 de maio de 2020
Flores Para Todas as Mães
Hoje é Dia da Mãe em Portugal.
As mães gostam de receber flores. As flores são bonitas. Há-as de todas as cores, formas, padrões...
Mas o que são as flores? São o constituinte da planta que tem a função da reprodução sexuada da planta; aonde se situam os órgãos reprodutores. Há flores monóicas (com ambos órgãos reprodutores na mesma flor) e dióicas (flores masculinas e flores femininas separadamente). Os órgãos reprodutores femininos são compostos pelos carpelos e os masculinos, pelos estames. Os carpelos, por sua vez subdividem-se em estigma, estilete e ovário. Os estames incluem as anteras e o filete. As anteras produzem grãos de pólen que contêm as células sexuais masculinas. Quando estas conseguem atingir o ovário e fecundar um óvulo, a planta está no bom caminho para dar origem a plantas da mesma espécie.
Tal como as mães, com os seus filhos, as flores dão origem aos filhos das plantas.
Aqui vai uma Flor para todas as Mães do Planeta.
sexta-feira, 1 de maio de 2020
Desinfeção, Assépsia ou Esterilização?
Com o aparecimento do novo vírus SARS-Cov-2, causador da doença pandémica, Covid-19, a DGS definiu medidas de combate à propagação do vírus e, duas delas são: desinfetar as superfícies e lavar frequentemente as mãos. O que é desinfetar? Quando lavamos as mãos estamos a desinfetá-las? E o que é esterilizar?
Quando utilizamos substâncias químicas sobre a pele, estamos a fazer um processo de assépsia. A substância utilizada, o álcool, por exemplo, vai matar a maior parte dos microrganismos na superfície da pele, mas não mata os esporos formados por alguns grupos de microrganismos para se reproduzirem e, por isso, não é um esterilizador.
A desinfeção é como a assépsia, mas utiliza-se em superfícies (chão, bancadas de cozinha e casa de banho, utensílios, etc). Um exemplo de um bom desinfetante é a lixívia, porque mata rapidamente a maioria dos microrganismos.
Já a esterilização mata todos os tipos de microrganismos presentes e os esporos por eles formados, impedindo a sua propagação. Um método caseiro muito simples de esterilizar um objeto é ferve-lo durante 10 minutos. Faz-se isso com as chupetas e biberões dos bebés, não é?
Agora que já sabemos a diferença entre os três termos, e já que estamos todos a precisar de usar desinfetantes e ter hábitos de higiene constantes, aqui vai uma receita rápida de Álcool gel caseiro (serve como agente assético ou como desinfetante):
Misturar três partes de álcool (70º ou 90º) com uma parte de gel de Aloe vera e colocar num recipiente doseador.
Quem não sabe o que é Aloe vera, aqui vai um link para consulta: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aloe_vera
Quando utilizamos substâncias químicas sobre a pele, estamos a fazer um processo de assépsia. A substância utilizada, o álcool, por exemplo, vai matar a maior parte dos microrganismos na superfície da pele, mas não mata os esporos formados por alguns grupos de microrganismos para se reproduzirem e, por isso, não é um esterilizador.
A desinfeção é como a assépsia, mas utiliza-se em superfícies (chão, bancadas de cozinha e casa de banho, utensílios, etc). Um exemplo de um bom desinfetante é a lixívia, porque mata rapidamente a maioria dos microrganismos.
Já a esterilização mata todos os tipos de microrganismos presentes e os esporos por eles formados, impedindo a sua propagação. Um método caseiro muito simples de esterilizar um objeto é ferve-lo durante 10 minutos. Faz-se isso com as chupetas e biberões dos bebés, não é?
Agora que já sabemos a diferença entre os três termos, e já que estamos todos a precisar de usar desinfetantes e ter hábitos de higiene constantes, aqui vai uma receita rápida de Álcool gel caseiro (serve como agente assético ou como desinfetante):
Misturar três partes de álcool (70º ou 90º) com uma parte de gel de Aloe vera e colocar num recipiente doseador.
Quem não sabe o que é Aloe vera, aqui vai um link para consulta: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aloe_vera
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